segunda-feira, 10 de março de 2014

10/03/2014 - Maturidade Transviada - De James Dean à Clint Eastwood

Definitivamente não sei o que aconteceu comigo, ando muito fechado, caladão, até no trabalho não brinco mais como antes, quem trabalha comigo sabe bem, ando retraído, não aguentando brincadeiras e infelizmente não suportando o mundo alheio. Não é bem não suportar o mundo alheio, mas passo por uma crise de “Deus da Carnificina” contra “God Bless America”, de um lado o passe livre para relaxar e aceitar minha animalidade, que não sou mais que um bicho e devo seguir os instintos e é natural que sejamos baixos, sendo até irônico tentar ser aquela coisa ultra-racional que os homens tentam; do outro lado tem aquela baita crise da futilidade do dia-a-dia, de não suportar gente fútil e vazia, ou que corre atrás do rabo indo para lugar nenhum, afinal, pra que temos cérebros e podemos ser civilizados se não somos? Estes dois filmes tão opostos acabam se chocando dentro de meu ser ambíguo, confesso que pendo mais para a anti-futilidade do “God Bless America”. Lembro-me do personagem de Clint Eastwood em “Gran Torino” e penso, “Putzgrila, estou certo em minha rabugice”, e olha que sempre fui contra machões intolerantes, creio estar me tornando um, mas minha defesa não é sequer da ultra-razão, é pela arte, e não só pela arte, mas pela gama variada de assuntos que não vejo nos demais.


Não falo nomes, confesso que tenho sorte de ter muita gente inteligente ao meu redor, mas o contraste com a quantidade de gente burra ou com falta de vontade para ser algo mais é incrível. Temos quase cem idiotas para cada um inteligente, mesmo assim aprendo às duras penas que esses poucos inteligentes tem opiniões diversas das minhas. É conflituoso, tanto de um lado quanto do outro.

Não sei sequer saber quem é inteligente, mas sei quem é burro.

Outra coisa que pode soar preconceituosa é minha raiva contra a limitação que vejo ao redor, com isso pretendo defender a arte ou o “modo culto de ser”, como me chamaram; a arte não nos limita, ela expande horizontes, uma pessoa que curte arte (Curtir do verbo gostar e acompanhar e não do verbo caí no Facebook e dei jóinha), poderia falar de amor, de ódio, de paixão, de sonhos, ou até de filosofias complexas, e mesmo que falasse de filmes, músicas ou filosofias, ela estaria falando de temas variados discutidos ou trazidos pela arte; agora, uma pessoa que não consegue ter isso em mente, prendendo-se apenas ao assunto repetitivo sobre banalidades, ou que só fala de tristeza, ou só de amor (Porque ambos são um saco), ou só disso ou só daquilo, torna-se maçante, lá vai eu exercendo ou aprendendo a exercer minha ultra tolerância (Estou quase pulando para a Ultra Violência de Laranja Mecânica). Não encontro ninguém para conversar, isso está causando um terrível choque, outro dia fui flagrado por umas conhecidas na rua enquanto EU falava sozinho, na verdade eu estava debatendo comigo mesmo sobre a ligação de um filme que vi com uns trechos de Metafísica do Amor/Metafísica da Morte que li do Schopenhauer, se fiz foi porque andava pela rua e não podia despejar tudo escrevendo, então tinha que ter com quem conversar, e só tinha eu mesmo para entender tal assunto.

Não sei, simplesmente não sei. Talvez eu esteja com TPM (Tensão para Macho), talvez apenas me tornei um louco estúpido com o ego lá em cima que diz que ninguém é bom o bastante para falar comigo, talvez seja uma fase, não sei bem. Talvez eu esteja me tornando, e com justa causa, arrogantemente admitindo ser aquele culto admitido por outro, um estranho no ninho, ou rebelde com causa em minha Maturidade Transviada, só não sou tão bonito quanto James Dean, mas sempre posso ser Clint Eastwood.

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